Norsemen (2016)

Cacei de um comentário de um amigo no Facebook e fui ver na Netflix. Uma paródia norueguesa de "Vikings", com a particularidade (rara hoje em dia) de ter sido gravada simultaneamente em norueguês e em inglês. Reparem como logo na cena inicial (em que um escravo reclama da dificuldade de comunicação a bordo do dracar) se sublinha uma sátira que tem como alvos não só o presente e o passado mas também a forma como o passado é representado hoje em dia. Quase um Asterix para o século XXI. Tonta e deliciosa..

Vivre Sa Vie (1962)

No musical Une Femme Este Une Femme, "Angela" era uma figura essencialmente da ilusão e do espetáculo. Aqui, "Nana", prostituta por não conseguir ser atriz, está antes do cinema, antes da ilusão. Ou será Nana a Angela depois de falhar os seus sonhos? Godard neorrealista, mas, acima de tudo, construindo e desvendando o fenómeno Anna Karina.

Beasty Boys Story (2020)

Spike Jonze filma Ad-Rock e Mike D lembrando o seu percurso, homenageando Adam Yauch e pedindo desculpas por um dia terem sido misóginos. Enternecedor e divertido, mas achei o hype exagerado. Don't believe the hype.

ECAL Instagram Live: Jean-Luc Godard (2020)

Há um mês, Godard foi entrevistado para uma live. Está velhinho e parece ter um Parkinson leve. Diz tranquilamente que está a perder a memória de curto prazo e e até já se vai esquecendo de algumas palavras. Mas ainda manda umas bocas ótimas.


Une femme est une femme (1961)

"Não sei se isto é uma comédia ou uma tragédia, mas, em todo o caso, é uma obra-prima". Godard engraçadinho.

How I Met Your Mother (2005)

Revi uns episódios da 1ª temporada ontem. Sempre defendi. Ainda é claro que, sob a capa de uma sitcom bobinha, é um grande artesanato sobre a arte de contar histórias. Porém, uma coisa sobressaiu: como a personagem do Ted é INSUPORTAVELMENTE chata.

Cheers, "The Boys In The Bar" (s01e06, 1983)

Durante a quarentena, terminamos Friends e, pelo meio, comecei a rever Cheers. Friends faz-me rir, mas Cheers é sitcom para gente grande. Pensem que este episódio sobre um ex-jogador de basebol que se assume gay passou na TV aberta americana em pleno início do pânico da AIDS. É um triunfo de coragem. Cheers tinha personagens de carne e osso em episódios que, considerando tudo, são peças de teatros de 2 atos. Toda a gente ali é meio falhada, meio melancólica, meio triste. Que série incrível.

À bout de souffle (1960)

Li uma vez que o primeiro do Godard tinha envelhecido mal. Discordo. É um filme com energia, luminoso, tão inconsequente quanto relevante. Ou seja, jovem para sempre..

Alphaville (1965)

Na distopia de Godard, quem se comportar de maneira ilógica é executado. 1/3 dos eleitores brasileiros já não se safava.

8½ (1963)

Fala-se muito de superação do neorrealismo, do bloqueio criativo de Fellini, etc, etc. Fala-se pouco de ser belíssimo. Eu diria mesmo "ó filme bonito do cacete, meu deus".