TROLL 2 (1990) e BEST WORST MOVIE (2009)

No texto anterior, falei do Cinema enquanto encontro, e é precisamente isso que nos aparece aqui. "Troll 2" tem uma nota historicamente baixa no IMDB e isso resgatou-o da lata de lixo da História, onde estava junto com as tranqueiras que enchiam os catálogos de locadoras de vídeo, levando-o ao estatuto de culto. Como disse um crítico, o filme é mais estranho do que ruim. Nele não vemos um grupo unido de gente desajustada e divertida, como nos filmes de John Waters, nem somos constantemente assaltados pelo pensamento "como é possível que este somatório de sem-sentido exista e que eu o esteja a ver?", como em "The Room" (2003). "Troll 2" é um filme com atores muito desconfortáveis que interpretam cenas bizarras e dizem falas bem artificiais, mas ele tem uma história. É esse somatório de convenção com estranheza e ultraje que o levou a criar um público cativo, que o visita enquanto evento e que torna o documentário muito interessante enquanto documento de cinefilia. Acho que o essencial é: um filme verdadeiramente mau é o que não tem coerência estética, e "Troll 2" não sofre disso.