TO ROME WITH LOVE (2012)

O Woody Allen repete-se bastante e tem uma propensão a cair nos maneirismos do seu estilo próprio. Acho que não se poderia esperar outra coisa de um realizador com 84 anos que, em média, faz um filme por ano. Porém, é curioso como os seu filmes menores parecem sempre deixar à mostra algum risco, algo que fascina mesmo que o conjunto da obra não seja o mais incrível. Lembro-me, por exemplo, do papel duplo de Radha Mitchell e da história bifurcada em "Melinda e Melinda". Aqui, ele levou a dispersão longe, com várias histórias independentes que, em comum, terão apenas o fato de acontecerem nas belíssimas ruas da cidade de Roma. Porém, as cenas na ópera e a história com Roberto Benigni lembram com agrado o Allen do início, mais comediante do que cineasta e pouco preocupado com a coesão narrativa. Além disso, é sempre um prazer ver os diálogos de Allen interpretados por atores dirigidos por Allen. Melhor ou pior, há sempre um lado celebratório no cinema dele, que ultimamente passa escondido por trás de toda a discussão pública sobre a sua pessoa.