MA LOUTE (2016)

Foi-me recomendado este filme que o Bruno Dumont filmou entre Quinquin e Coincoin. Há algo em Dumont que me lembra o saudoso João César Monteiro: a capacidade subversiva de impor um ritmo lento, que intriga e faz com que nos surpreendamos ainda mais quando algum absurdo aparece. Pensamos outra e outra vez "peraí, eu vi mesmo aquilo que penso que vi?" enquanto Dumont nos vai atirando realismo mágico, canibalismo, uma aristocracia podre e incestuosa, referências cinéfilas (Laurel & Hardy, "O Atalante") e assassinatos mil. Como nas suas séries, a história é um pretexto que serve para nos presentear com tudo isso e que não precisa de um fim convencional. Divertidíssimo.