Minha terra não tem palmeiras
Lá não canta o sabiá
Não tem esfiha nem coxinha
Maniçoba ou vatapá
"É assim" é nosso "então"
O "OK" é "entendi"
A saudade que lá existe
É a mesma que existe aqui
Não encontro prazer lá
E não sei se o há aqui
Minha terra é um sonho em pó
Acordei, logo esqueci
Se esta terra tem primores,
Parabéns, mostrem-mos lá.
Não me falem "ora pois"
Nem me falem do que não há
Não sabemos o que é viver
Não aqui e nunca lá
Não tem Deus que traga a conta
Do consumo de maná
Não tem pai que nos corrija
Do erro que a gente fará
Não sabemos o que é viver
Não aqui e nunca lá
NOTA: Disse este poema no dia 21 de Novembro no espectáculo dos Social Smokers no SESC Pompéia. É a (in)versão possível de um português a viver em São Paulo no século XXI da famosa "Canção do Exílio" de Gonçalves Dias, um brasileiro que estudava Direito em Coimbra no século XIX.
Adorei!!!
ResponderExcluir"Não sabemos o que é viver
não aqui e nunca lá"
Fantástico! Parabéns!!!
Bjs.
Mis