Uma história pessoal

Uma vez, quando eu era pequeno mas já tinha idade para ter juízo, o meu avô, que tinha andado pelos órgãos autárquicos da vida, fez-me prometer-lhe que não me meteria na política. De uma maneira ou de outra, sempre lhe fiz a vontade. Assumo opiniões, mas não aspiro a jobs. Mando-me a discutir, mas não assino cédulas nem pagarei quotas. Concordo ou discordo e renego a disciplina. E a verdade é que ele tinha razão, pois há-de haver sempre um cargo político a mais à face da terra. Num mundo perfeito, poderiam entender a derradeira afirmação? Poderiam. Mas não seria a mesma coisa.