As duas máquinas

São Paulo teve manifestações brutais esta semana que estão a ser alvo de muita atenção pelo mundo fora. A causa delas foi o aumento da tarifa dos ônibus e metro de R$3 para R$3,20, ou seja, um aumento de 15%. Mas elas representam um pouco mais do que isso.

Para que quem não é daqui entenda, o sistema de transporte público de São Paulo funciona de uma forma um pouco esquizofrénica. Nunca vi um metro que tivesse uma rotação de trens tão rápida, mas, por outro lado, o tamanho da rede é minúsculo em relação ao tamanho da cidade. SP é uma das cidades mais congestionadas do mundo e os ônibus sofrem nos engarrafamentos, se bem que desconfio que uma cidade como Lisboa arranja às vezes complicações maiores com um volume de trânsito muito menor. O metro e os ônibus, apesar de muito cheios nas horas de rush, são relativamente confortáveis, mas não existe integração entre viagens - ou seja, uma viagem que implique metro e ônibus implica o pagamento de duas tarifas (ainda que uma acabe diminuída, mas implica).

Ou seja, num estado em que o salário mínimo é de 755 reais e num país que discute a distribuição dos lucros do pré-sal e os biliões gastos nos estádios da Copa do Mundo, custa a engolir que seja a classe menos endinheirada a suportar o aumento da inflação no transporte público.

Claro, o Governador diz que a subida foi menor do que a inflação e o prefeito Haddad sempre admitiu que as tarifas iriam aumentar (e iriam aumentar mais do que o costume porque o anterior prefeito, Kassab, não quis ajustá-las em ano de eleição). Por outro lado, Haddad criou a primeira encarnação de passe mensal e ilimitado. Mas esta subida acabou por servir como a gota de água que fez transbordar o copo. O poder brasileiro tem frequentemente desvios de autoritarismo e, pior, é um autoritarismo que acontece sem muitas vezes ter uma razão aparente. A polícia acaba servindo como um braço visível desse impulso repressivo.

Entre muitas coisas, uma manifestação é um símbolo, em que duas máquinas se confrontam: uma máquina de manifestar e uma máquina de controlar. Essas máquinas são bem complexas e bem maiores do que as pessoas que as representam no momento e espaço concreto. Trata-se de manifestantes e policiais, sim, mas também de opinion makers das duas facções, anarquistas e comerciantes preocupados com as suas lojas, cidadãos comuns e políticos.

A polícia justifica-se com a radicalidade de alguns manifestantes, agressões contra PM's e atos de vandalismo para justificar a carga. Argumentos que perdem um pouco a razão quando a polícia é encontrada a partir as janelas dos seus próprios carros para culpar terceiros.

httpv://www.youtube.com/watch?v=kxPNQDFcR0U

Além de achar que balas de borracha e bombas de lacrimogéneo disparadas a rodo contra protestantes pacíficos não são uma solução proporcional para lidar com pedradas ou sprays para pichar paredes, tenho uma pergunta a martelar-me a cabeça: quem transformou ao longo do tempo uma manifestação num evento violento? Foram os manifestantes? A carga policial de ontem está a justificar maiores mecanismos de defesa - e de agressão - para a próxima manifestação na segunda feira. Portanto, a violência da máquina de controlar justifica a violência da máquina de manifestar e vice-versa. A polícia impediu os manifestantes de entrarem na Paulista, limitando sem razão o seu direito de se manifestar. A polícia prendeu pessoas por terem, não gasolina ou granadas, mas simples vinagre (usado para suportar o gás lacrimogéneo). A polícia fez ontem os atos que os meus amigos Cícero Oliveira e Ana Reber, bem descreveram.
"A tropa de choque avançou pelas laterais do cortejo, que subia pacificamente em direção à Avenida Paulista. Na altura do Mackenzie, ela fez um bloqueio e, entre gritos de "Sem violência!" e "Não reajam", começou a atirar bombas de gás lacrimogêneo. A multidão recuou, concentrando-se, então, na Praça Roosevelt. A tropa de choque (que havia se dividido e encurralado dos dois lados – Avenida Ipiranga e Consolação – os manifestantes) jogava bombas, balas de borracha, a cavalaria. De repente só havia gente correndo desesperada, gente, aliás, que nunca tinha participado de nenhuma manifestação (a média de idade ali era claramente de 20, 25 anos), que não sabia que gás lacrimogêneo fazia arder a garganta e chorar."

"Os manifestantes gritavam e pediam paz. Estudantes com olhos cheios de lágrimas, gente machucada...foi muito triste e me lembrou aquele discurso, de que as pessoas que lutavam contra a ditadura eram terroristas. Por que protestos em qualquer outro lugar do mundo são legítimos e aqui são taxados de baderna?"

A violência ontem levou a mídia a mudar o discurso: depois de focar no vandalismo de terríveis pichadores, centrou-se hoje na malvadeza da terrível polícia. Ontem, a Folha de São Paulo pedia fotografias de vandalismo; hoje pediu relatos de violência policial. Haddad, sentindo o seu eleitorado desertar, já veio condenar a violência. Vejamos o que as máquinas vão dizer na segunda feira. Por agora, até uma dança mereceu rojão.

httpv://www.youtube.com/watch?v=LmcLqlFk6Ac

Uma daquelas coisas que dá gosto ler quando se é roteirista

https://twitter.com/Juliadidit/status/339160343647498240

A primeira vez

São quase 3h da manhã e eu devia estar a dormir, mas acabei de fazer uma coisa pela primeira vez e quero registá-la aqui. Não, relaxem, não foi encher sacos plásticos com os pedacinhos milimétricos de uma mulher que passeava na rua à noite (até porque só faço isso com gatinhos de até 2 semanas de idade).

Eu já vi dois (ou mais) filmes, uns atrás dos outros, várias vezes. Eu já vi dois (ou mais) episódios de série, uns atrás dos outros, várias vezes. Mas eu nunca vira um episódio de série e, no final, voltado a vê-lo todo de novo por puro e absoluto deleite. E foi isso que me aconteceu com o 8º episódio da 6ª temporada de Mad Men.

Eu sei que vou merecer escárnio eterno pelo que vou dizer, mas houve um momento que fez os meus olhos marejarem-se de lágrimas, não pelos fatos que aconteciam, mas pelo modo como estavam a ser contados. Uma estrutura perfeita, dolorosa de tão boa, um exemplo de como inteligência na planificação da história previne o overacting do ator. Para entender o que estou a dizer, vejam como aquelas elipses são feitas e como Jon Hamm não precisa de cambalear para mostrar que... enfim, vejam e irão entender.

Aproveitando, antes que alguém ache que estou hipersensível e me pergunte se está tudo bem, já deixo aqui a resposta.

ifeelgreatimonadeadline

Entre os dois exércitos

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=M6ftVCjmn6c&w=420&h=315]
Então, parece que o fait-divers do dia em Portugal é este vídeo com este rapaz a responder à Raquel Varela (a partir dos 4 minutos). Entretanto, ela já respondeu à viralização do vídeo, deixando seu ponto de vista claro. E, como não podia deixar de ser, a coisa está a entrar no domínio da abstração argumentativa. Os mais liberais estão a usar o vídeo para rir-se da falta de sentido de realidade de quem defende os direitos laborais e a insuficiência do salário mínimo e estes estão a usá-lo para mostrar que os primeiros só pensam no lucro e não se preocupam com os direitos laborais e a insuficiência do salário mínimo.

Por um lado, Raquel Varela é apelidada de não ter noção do ridículo. Por outro, Martim, que tem 16 anos e criou uma marca de roupa, é acusado de ser socialmente insensível por ter dito que é melhor que os trabalhadores das fábricas que lhe vendem a roupa ganhem o salário mínimo do que estarem desempregados.

Esta discussão está, ao mesmo tempo, dentro do mundo e fora do mundo. Está dentro do mundo, porque tenta definir um caminho para aquilo que ele deve ser. E está fora, porque não entende como ele funciona. Sim, os trabalhadores merecem mais, e nunca menos. E, sim, isso pode acontecer no âmbito de um mercado. A criação de uma marca de sucesso significa exigência por parte dos seus compradores e distribuidores: veja-se a Apple, que não se pode arriscar a ser vista como exploradora e, por isso, é cobrada de cuidado com os seus fornecedores. Veja-se a Foxconn, que trabalha para a Apple, a Microsoft e a Sony, e que, "ocidentalizando" a sua cadeia de produção, "ocidentalizou" as exigências dos seus trabalhadores. É isto que leva a que uma classe média apareça na China e, com ela, as suas exigências naturais em termos de qualidade de vida ("the availability of safe food, fair access to good education and health care, and, more and more, safe air").

Acreditar que o mercado deve ser regulado e corrigido pelo Estado não significa que não se possa acreditar que o mercado também tem um balanço intrínseco. Quem produz merece o seu pagamento, mas ele não virá sem que o seu produto seja vendido. Goste-se ou não, todos dependemos uns dos outros.

Benficas

jorgejesusajoelhado
1.
Tudo está bem. Daqui a minutos a tua vida vai avançar mais um pouco e tu poderás descansar. Quaisquer erros que cometeste serão ultrapassados, porque nunca mais ninguém se lembrará deles, e onde podem eles viver a não ser na memória dos outros? Tu sabes que mereces o que há-de vir de bom, como uma criança que se portou bem o ano todo e espera ser reconhecido no Natal. Tudo está quase a acabar, e a acabar bem, e a acabar bem...

2.
...mas o que não podia acontecer acontece e a tua mente para esse instante, porque nem tu consegues acreditar. Já não concebias essa hipótese, ela estava fora do campo das coisas possíveis e, de repente, tens que repensar tudo de novo. O momento dura um segundo, mas tu sente-lo como um dia. Antes querias descansar a cabeça, agora mil soluções te passam por ela. E pode ser que uma delas seja a certa, a milagrosa, a que resolve todos os teus problemas...

3.
...mas tu não tens tempo para nada. Foste apanhado de surpresa: não há nada a fazer. As pernas ficam-te sem força, tu cais. Baixas o rosto. Estejas lá onde estiveres, essa dor é só tua. Já muita coisa te atingiu, já sentiste muita dor, e o resultado é sempre o mesmo. Tu lembras-te do que teimas em esquecer: a vida não foi feita de encomenda para tu venceres. A vida é só esta merda em que te ocupas a cair e a levantares-te de novo, vezes e vezes sem conta, até um dia acabar quando nunca mais te conseguires levantar...

4.
...mas este não é esse dia, porque tu sabes que o que importa não é o instante em que tudo se perdeu, mas o que fizeste até lá chegar. É o caminho que te move. Tu vives para te levantares de novo, e essa é a aventura, afinal. Tu não podes desistir, porque isso é coisa de cobarde. Ergues o rosto, olhas em volta. Engoliste a dor e agora és mais forte do que eras antes disto tudo acontecer. Todos ou nenhuns olhos estão postos em ti. Talvez não saibas ainda o que vais fazer, talvez. Mas isso não importa agora. Levantas-te de novo e começas a andar. Em frente.

Perseguindo o Anão Chinês - escrever o Desafio da Beleza

944272_517246068334581_143477380_n

Escrevi este texto sobre a primeira temporada do Desafio da Beleza para uma revista portuguesa. Como hoje estreia a segunda temporada, no canal GNT, faz todo o sentido publicá-lo aqui. Será que foi desta que o anão chinês entrou?

Em 2012, a produtora Moonshot, onde trabalho, teve dois projetos a serem escritos, gravados e editados simultaneamente. Um é a série de ficção "Sessão de Terapia", versão brasileira de "In Treatment", ou, mais precisamente, da israelita "Be'tipul". Outro é o reality show sobre maquiagem "Desafio da Beleza". A ficção tinha 45 episódios. O reality tinha 13. 13. Como as séries da HBO ou da AMC.

O "Desafio" adapta um formato que um produtor francês fizera para a China. Tivemos total liberdade na nossa versão, mas, depois de uma primeira entrega de espelhos, ou "outlines", a reação foi pronta: eu e os meus colegas Edson Fukuda e Fabio Farias fôramos demasiado bem educados. Não com os concorrentes, com quem fizemos questão de ser mauzinhos, inventando provas, vantagens e castigos bem ruins, mas com o formato. Este programa, disse então o meu chefe, tem que ter algo inovador em todos os episódios.

Isto não foi surpreendente. Na verdade, foi uma benção. Hoje em dia o termo "reality" define mais um modelo de produção do que propriamente um compromisso absoluto com a realidade. A experiência Big Brother provou que as novelas da vida real têm um grande problema: são da vida real, e a vida real é chata. A longevidade do BBB aqui, afinal, explica-se pela forma como tem integrado com sucesso soluções de programas de variedades (concertos, visitas de celebridades, etc). Para satisfazer o pedido do meu chefe, tínhamos que recorrer a técnicas de ficção.

Séries como ER, House ou Mad Men acompanham dois universos temáticos diferentes, mas naturalmente próximos: a profissão das personagens e a sua vida pessoal, e a forma como as duas se relacionam. Da mesma forma, um reality de competição integra a participação de concorrentes num concurso, a sua vida pessoal enquanto ele progride e, claro, a forma como as duas se relacionam. Se pensarmos na vida real como material narrativo, isto é drama na pureza máxima da definição de David Mamet: "a missão do herói para ultrapassar aquelas coisas que o impedem de alcançar um objetivo específico e premente".

A tarefa, ao início, era assustadora. Como ser original com um formato que é tão conhecido? Mas a solução estava no próprio problema: toda a gente sabe como um reality de competição é e o que nele acontece e segundo quais regras. Então, estas podem ser esticadas e moldadas e, ainda assim, permanecer compreensíveis para o público.

Partimos então para os roteiros de pré, que são a bomba que se atira à água para pegar o que vem à tona e criar a história final. O 1º episódio era original por si mesmo, porque era um casting enorme do qual sairiam os 12 selecionados. Deixamos o 2º redondo, só para mostrar que sabemos fazer isto e não somos doidos nenhuns.

No resto, pirámos. No episódio que decorre num teatro, pusemos as luzes a apagarem-se sobre o eliminado como se fosse um ator cujo espetáculo desiste dele. Incluímos mensagens vídeo secretas dos apresentadores. Acordamos os concorrentes de surpresa, a meio da noite, para maquiarem num fashion shoot ao nascer do sol no Rio de Janeiro. Incluímos uma sequência de sonho. Arquitetamos uma prova dentro de um táxi em split screen. Fizemos um episódio sobre noivas em formato de fábula Altmaniana sobre estas que, POR ACASO, são maquiadas por nossos concorrentes. E assim por diante. Mas nada me deixou tão contente como o 4º episódio.

O brainstorming nesse dia estava já longo e o ar nas nossas cabeças saturara. Chegáramos àquele ponto do cansaço em que não apetece pensar mais. Mas era preciso dar a volta ao episódio. Nele, os maquiadores tinham de rejuvenescer mulheres com idade mais avançada.

Fiquei a matutar nisso. Tempo. Voltar atrás. Tempo. Voltar atrás. E o McKee saltou-me da lembrança. Essa seria a "controlling idea" do episódio: tempo voltando atrás.

Gostaria que tivessem estado lá para verem a cara dos meus colegas quando eu disse "vamos contar esse episódio de trás para a frente".

Claro que não fizemos um simples rewind, mas montámos uma série de flashbacks e flashforwards, começando com o tom geral da avaliação final dos jurados, sem revelar a decisão, para depois partir para o início do dia dos concorrentes, e assim por diante. Sabíamos que o público entenderia: como disse antes, as regras do formato são conhecidas. Mas tivemos sempre um roteiro linear de reserva, e duas versões do episódio chegaram a ser editadas. Um dos editores jurou que, se a versão que idealizáramos passasse, ele correria nu em volta do estádio do Pacaembu. Ele não cumpriu a promessa, mas o episódio passou. No final, até alguns concorrentes chegaram a mandar-nos mensagens de felicitações no Facebook.

Ainda assim, houve uma coisa que faltou no "Desafio". Enquanto estávamos ainda na fase de soltar m**das para o ar, pensámos num anão chinês que em todos os episódios faria uma aparição. Foi a única ideia louca que não conseguimos encaixar, em grande parte porque não sabíamos onde arranjar um anão chinês em São Paulo. Mas vai haver sempre um outro reality no futuro, não?

Aparando Relvas


Pode ser porque estou no Brasil e não estou a ver bem as coisas, mas comicham-me umas perguntas quando vejo as reações ao fato de os ministros portugueses, principalmente Miguel Relvas, estarem a ter os seus discursos calados por pessoas cantando o "Grândola Vila Morena".

Uma dessas ocasiões foi numa conferência no ISCTE, instituição que depois afirmou cultivar "as liberdades individuais e a participação democrática” e lamentar "que a liberdade de expressão não tenha podido ser exercida” por Miguel Relvas. O líder parlamentar do partido do Governo disse até que “a democracia foi abalroada”.

Primeira pergunta: porque é que cidadãos se manifestarem de uma forma que perturba um governante é antidemocrático?

Se reprovarmos a perturbação, estaremos a assumir que uma manifestação não deve perturbar um governante. Que ela só deve ser feita segundo moldes e padrões de comportamento pré-combinados e bem educadamente, reduzindo a desobediência cívil, ainda que pacífica, ao mínimo. Ora, não sei se sou só eu, mas isso não parece lá muito democrático. Estou enganado?

Segunda pergunta: claramente tem havido um choque entre o direito de expressão do ministro e o direito de manifestação dos cidadãos. Mas, se assumirmos que o primeiro vale mais que o segundo e os cidadãos se tem que calar quando um ministro fala, não estamos a assumir algo, digamos, antidemocrático? Eu acho que ser cidadão ainda é, ou deve ser, mais do que só ir de 4 em 4 anos à urna. É um erro assumir isto? Se for, digam-me, hã.

Terceira pergunta: um ministro exerce um poder soberano que lhe é entregue pelos eleitores. Se o desencontro de opiniões entre eles chega ao ponto de ninguém o querer ouvir, não será hora de o ministro concluir que o seu poder está esvaziado e se demitir - ou, no mínimo, ficar calado?

Ao longo destes dias, vi comentários no Facebook e no Twitter que discordavam das minhas suposições e não viam nenhum problema em fazerem-no. Um post expressivo dizia até que "o Zeca não merecia que transformassem o "Grândola, Vila Morena" num fenómeno viral".

Quarta pergunta: os atenienses que inventaram a democracia mereciam Miguel Relvas?

Quinta pergunta: porque o Zeca não merecia?

Qual o problema de um país - afogado em impostos, dívidas, desemprego e as consequências de uma crise que o deixou a sentir-se perante o FMI e a UE como se sentiu perante a Inglaterra no Ultimato de 1890 - cantar a canção fundadora do seu atual regime político como quem diz "apesar de tudo, a democracia portuguesa ainda existe, e está nas mãos de todos que cantam estas palavras"? E qual o problema de propagar essa mensagem?

Aparentemente, nenhum, pois nem a polícia sabe com que crime justificar a identificação que fez de alguns dos manifestantes.

Mas confesso que, de tudo o que li, nada me intrigou tanto como o comunicado da JSD, principalmente porque me pareceu tão idiota, mas tão idiota, que a dada altura confirmei se o site em que o estava a ler não era o do Inimigo Público. Aqui seguem algumas passagens ilustrativas (mas muito pouco ilustres).

"Nos últimos dias, pessoas têm recorrido à perseguição e impedido o direito constitucional de um ministro expressar a sua opinião."
Ir a locais de acesso aberto onde o ministro discursa é perseguição? E, como já perguntei antes, o direito à manifestação dos detentores do poder soberano não é mais importante do que o direito de expressão do seu executor?

"A democracia vive do contraditório e nele se baseia, de forma a respeitar todo o tipo de pensamentos. Não há contraditório quando só uma parte fala (ou grita), e quando não há contraditório a democracia não funciona!"
Não é um pouco exagerado falar em "contraditório" quando falamos da relação entre o ministro e o seu povo - ainda para mais quando a mensagem daquele não parece ter sofrido grandes variações ao longo do tempo? Se não for, pensando que as manifestações respondem às políticas do Governo, não são elas um exercício de "contraditório" pelos cidadãos?
Já agora, há um tom de voz correto para protestar contra o Governo? A JSD conhece-o? Pode divulgá-lo, por favor?

"As pessoas que se manifestaram têm organização, mas carecem de mobilização".
Só para confirmar, estamos a falar das pessoas que fizeram algumas das maiores manifestações do Portugal democrático? Estamos, né?

"A atitude dos manifestantes configura "censura"."
Aqui, por acaso, não tenho perguntas. Só observo que cantar à frente de um ministro parece ter tudo a ver com julgar, arrancar unhas e mandar para o exílio quem diz coisas desconfortáveis para o regime.

Democracia não é um Governo, e um Governo não é democracia. Por isso, o que está em risco quando o povo protesta contra o Governo não é a democracia - é o Governo. Quando a JSD confunde as duas coisas, revela-se ingénua, impreparada e simplória. Mas, acima de tudo, revela medo. Não um temor, um receio, mas o medo infantil de perder alguma coisa. E isso é muito, muito idiota.

sou assim tipo agnóstico, mas vendo-me à religião que me garantir u...

sou assim tipo agnóstico, mas vendo-me à religião que me garantir um show do jimi hendrix quando for recebido no além #blog

2011: doloroso fim de relação. 2012: morte do avô. 2013: pai partiu...

2011: doloroso fim de relação. 2012: morte do avô. 2013: pai partiu dedo do pé, namorada doente, PC deu o berro. Odeio Carnaval. #Brasil

Será que o Papa hoje vai apanhar uma bebedeira e ter sexo triste? #bl...

Será que o Papa hoje vai apanhar uma bebedeira e ter sexo triste? #blog

Da última vez que um Papa renunciou, Portugal era pobre, dependia do ...

Da última vez que um Papa renunciou, Portugal era pobre, dependia do estrangeiro e uma pequena minoria rica governava-o. Incrível. #blog

A Dilma quer legalizar as apostas online. Vejam em quem ela vai aposta...

A Dilma quer legalizar as apostas online. Vejam em quem ela vai apostar para novo Papa. Ela sabe algo que nós não sabemos. #blog

Papa: "tenho de reconhecer a minha incapacidade para exercer de boa fo...

Papa: "tenho de reconhecer a minha incapacidade para exercer de boa forma o ministério". Reação de Miguel Relvas: "fraquinho". #blog

o papa renunciou porque estava "sem forças". realmente, sentar-se a u...

o papa renunciou porque estava "sem forças". realmente, sentar-se a uma varanda e ler discursos é f**ido. #blog

as tvs brasileiras não vão precisar de voltar a santa maria depois d...

as tvs brasileiras não vão precisar de voltar a santa maria depois do carnaval: o papa renunciou. #blog

Acabei de descobrir que quando não tomo banho o meu cabelo fica igual...

Acabei de descobrir que quando não tomo banho o meu cabelo fica igual ao do Morrissey. Morrissey = jorge vaz nande sujo. #blog

O meu novo hobby

6
Acompanhem aqui.

Carnaval até resolve a dor de Santa Maria.Na TV,ninguém em coma,sain...

Carnaval até resolve a dor de Santa Maria.Na TV,ninguém em coma,saindo do coma,morrendo no coma,só Salvador e Rio e Recife.Milagre! #Brasil

Jorge Barreto Xavier preocupa-se com a Cultura em Portugal. A prova é...

Jorge Barreto Xavier preocupa-se com a Cultura em Portugal. A prova é que me mandou para o Brasil. http://t.co/mQBrrL2p #blog

Resposta para crianças que dizem querer ser polícia quando crescerem...

Resposta para crianças que dizem querer ser polícia quando crescerem: "Ok, vejo-te no Rio de Janeiro quando estiver a mijar na rua" #Brasil